É hoje, dia 16 de novembro, o aniversário de uma década do game que
causou um dos maiores marcos na história dos jogos. Half-Life 2 teve seu
primeiro anúncio na E3 de 2003, apenas para ser lançado no ano seguinte, depois
de vários atrasos e adiamentos, recebendo incontáveis prêmios, inclusive o de
jogo do ano naquele que foi um dos anos mais memoráveis e importantes na
indústria dos games em se tratando de lançamentos. Como se não fosse o
bastante, dois anos atrás ele ainda ganhou o prêmio de jogo da década, que
reunia uma lista com os dez games mais importantes da década passada, e isso
ainda competindo com nomes de peso, como World of Warcraft, Red Dead Redemption,
Shadow of the Colossus e Zelda: Wind Waker. Só pra você ter uma pequena noção
de todo o respeito que ele conquistou e continua conquistando até hoje. Seu impacto
foi tamanho que há quem diga que a história dos vídeo games pode ser dividida
em duas fases: antes e depois do lançamento de HL 2. Não estou em posição de
discordar.
Mas é claro
que pra falar disso eu sou suspeito. Eu me apaixonei pela série quando o joguei
pela primeira vez, em 2010, época em que já me considerava fã declarado das
séries Zelda e Metroid e achava que nada mais no mundo poderia me impressionar.
Half-Life 2 não só quebrou essa minha crença, como conseguiu atingir a posição
número um da minha lista de melhores experiências em jogos eletrônicos,
empatado até hoje com Zelda: Twilight Princess e Portal 2. O game guarda uma
reputação de ser insuperável, mesmo quando colocado frente a frente com alguns
dos melhores games já feitos. Como todo bom jogo, Half-Life 2 não envelhece. Continua
estando à altura de qualquer jogo moderno e provavelmente continuará assim,
imune ao tempo, durante muitas gerações. É esta a definição perfeita do
sentimento que eu e muitas pessoas tivemos quando o conhecemos e que só foi
sendo reforçado durante a relação íntima que fui construindo com a série desde
então.
Mesmo não
tendo introduzido muitos conceitos inovadores em tudo aquilo que já havia sido
testado em jogos de tiro em primeira pessoa, a saga Half-Life brilhou
de verdade no que diz respeito ao refinamento absurdo daquilo que já se fazia
bem antes a um nível que se acreditava ser impossível. A história era
incrivelmente complexa e bem bolada, com uma trajetória estimulante que
influenciava o jogador a continuar superando seus desafios, a ambientação era
extremamente imersiva e bem construída, te fazendo acreditar que mundos
alienígenas e seres interdimensionais eram coisas perfeitamente normais que
poderiam ser meramente encontradas por aí, a caracterização era muito bem
feita, com um mundo perfeitamente crível (por mais absurdo que fosse) e
personagens com diálogos tão convincentes que pareciam ter saído de um filme, e
uma atmosfera única, unindo realismo e fantasia na medida certa e com um nível
de profundidade que pouquíssimos games conseguiram alcançar. A série fez com
que uma invasão alienígena parecesse algo que pudesse acontecer a qualquer
momento, como em um dia comum como este. E mais do que só realista, ela o fez a
sua própria maneira, sem apelar para os clichês de sempre, criando aquele
charme que nos encantou e que só os gênios da Valve sabem fazer.
Se houve uma
grande inovação que a saga trouxe para o mundo, foi a maneira como o Half-Life
2 lidou com as leis da física, provavelmente o tópico preferido dos fãs do
jogo. A simulação da física que a incrível Source Engine soube fazer não só
deixava o jogo com um ar mais realista, como também ajudava a criar uma série
de puzzles inteligentes que não se viam todo dia em jogos mais objetivos como
os de ação. E nós podemos dar todo esse mérito à criação da Gravity Gun, a
primeira arma em um jogo de tiro que ao invés de matar, manipula a gravidade em
torno de objetos, permitindo uma compreensão e interação com a física dentro de
um game nunca antes vista.
Eu agradeço
muito ao momento em que assisti aquele trailer que me fez jogar esse jogo e me
apaixonar por ele à primeira vista. Mais do que isso, agradeço aos malucos da
Valve, Gabe Newell e todos os sortudos que fizeram parte da equipe de criação
dessa obra prima, que continua e continuará a impressionar veteranos e novatos
no universo dos jogos eletrônicos que se propõem a jogar o jogo hoje. Dez anos
depois do rebuliço que ele causou na vida das pessoas, é incrível ver o quanto
suas ideias arriscadas e execução mais que excelente ainda influenciam o vasto
mundo dos jogos como se tivesse sido lançado ontem. Desse jeito fica difícil
imaginar como uma possível sequência seria capaz de superar essa grandiosidade
toda.
Half-Life 2 não foi só importante na indústria
dos jogos. Foi importante na minha vida também. E por mais que os seus
capítulos que ainda estão por vir muito dificilmente sobreviverão ao hype
inexorável impulsionado pelo segundo jogo, eu continuo querendo – querendo não,
PRECISANDO – saber como será o desfecho da saga. E tenho certeza de que meio
mundo concorda comigo.
Bate uma nostalgia lenda isso, dá uma vontade de jogar tudo de novo, não chegou a zerar o 1, mas esse sim, e foi uma experiência sensacional
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ResponderExcluirQuis dizer Lendo* e Cheguei*... E já reinstalei Half- Life 2 pra jogá-lo de novo rs' Você já jogou Doom 3?? Nunca consegui zerar aquele jogo
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