terça-feira, 8 de março de 2011

Portal


    Lançado pela Valve em 2007, Portal revolucionou a maneira como os games lidavam com a física, que é a especialidade da empresa desde Half Life 2. Portal teve sua primeira aparição em um pacote chamado Orange Box, junto com outros jogos bons, como HL2. Portanto, foi lançado apenas como um teste, um protótipo. porém, seus criadores jamais imaginariam o tamanho sucesso que sua criação faria depois de seu lançamento.    
    Foi apenas em meados de 2010 que eu descobri o jogo depois de procurar por um detonado de um joguinho chamado Portal Flash. Eu não encontrei nenhum detonado, mas encontrei um trailer, e era o trailer mais fabuloso que eu já havia visto.

    O supracitado trailer mostrava um jogo em três dimensões com gráficos incríveis e jogabilidade mais incrível ainda. Pelas imagens do vídeo, o personagem principal, que não era mostrado, por ser um jogo em primeira pessoa, caminhava por salas de laboratório cheias de obstáculos bizarros que deveriam ser vencidos com uma arma de portais para se chegar aos níveis seguintes. O trailer mostrava muitas maneiras de se jogar e brincar com a habilidade de se criar portais, derrubando robôs, driblando os obstáculos mais malucos e brincando com as leis da física como se elas fossem brinquedos para criança. Um jogo como aquele parecia ter um sem número de possibilidades de se explorar sua jogabilidade. Eu nunca tive tanta vontade de jogar um game só de assistir ao seu trailer antes. Eu queria jogar Portal. E queria jogar agora.
    Eu estava maravilhado. Nunca havia experimentado antes a sensação de ficar viciado em um jogo sem nem ao menos jogá-lo, ainda mais por que havia descoberto que o mundo dos games não era só Zelda.

Apenas um dos incríveis cenários


    Muito tempo depois de eu ficar babando na tela do computador quase arrancando as unhas com vontade de jogar Portal, eu descobri um modo de satisfazer meus desejos e consegui baixar Portal e outro jogo que surgiu enquanto eu procurava pelo primeiro:  Half-Life 2, o qual foi paixão à primeira fase.
    Se você já jogou qualquer jogo da franquia Half-Life, provavelmente sabe que Portal tem muito a ver com ele, não só pelo fato de os dois terem sido produzidos pela empresa Valve, mas também porque os dois possuem o mesmo motor gráfico e fazem parte do mesmo universo.
    Só que Portal não é um jogo de ação. É um jogo de lógica.

"The next test is impossible"


    Você começa como um rato de laboratório preso em um cubículo dentro de um laboratório misterioso. Você está completamente sozinho. E ficará assim durante o jogo inteiro, pois Portal não possui NPCs. O único personagem com quem você se relaciona e se comunica é um computador invisível, que fala com você através de alto-falantes e te observa por câmeras espalhadas pelas salas e reclama quando você as destrói. Esse computador se chama GLaDOS e é, na verdade, a vilã do jogo. Ela está te manipulando e tem em mente seus próprios planos obscuros e misteriosos dos quais você faz parte. Só que estes planos malignos não são revelados em momento algum, o que deixa o jogador muito curioso.
    O começo do jogo é quase que auto-explicativo e você deve ser guiado pela intuição. Durante as primeiras salas, os portais abrirão sozinhos nas paredes e você deve passar por eles para resolver os enigmas, que consistem, em sua maioria, em colocar cubos em cima de consideráveis botões no chão ou fazer bolhas de energia entrar em sensores para ativar plataformas ou abrir portas.

Estas paredes transparentes anulam os portais


    A jogabilidade é inovadora. Você deve passear pelo espaço utilizando principalmente os caminhos abertos pelos portais. Há dois portais que você pode fazer utilizando-se a Portal-Gun (Arma de Portais), um azul e um laranja. Um de entrada e outro de saída, podendo-se entrar e sair por qualquer um deles. Resumindo, entrando pelo portal laranja, você sairá pelo portal azul e vice-versa. É como ter dois espelhos que são as duas bocas de um túnel cujo comprimento é zero (vi uma definição semelhante na Super Interessante). E, acredite, dá pra fazer inúmeras coisas com este brinquedinho.
     Logo nas primeiras fases, você conseguirá a arma de portais azul, capaz de fazer portais azuis, e os portais laranja continuarão aparecendo sozinhos pelas paredes. Depois de alguns desafios, você finalmente conseguirá a segunda arma de portais e poderá criar portais azuis e laranjas. Agora é só seguir jogo a frente.
    A solidão do jogo é sinistra e serve como um dos pontos bons do enredo. Mas não é como Metroid, em que a solidão é levada ao extremo, por que neste aqui você não está sozinho. O computador feminino GLaDOS fala com você o tempo todo, ficando silenciosa apenas nos momentos em que não há nada a ser falado mesmo. Ela te explica o que você deve fazer em algumas fases, modos legais de se utilizar a Portal-Gun e de se brincar com a física, te dá informações valiosas sobre o misterioso enredo e ás vezes até te sacaneia um pouco, pois os gênios da Valve tiveram a idéia genial de fazê-la com uma personalidade sarcástica.


   A primeira vista, o que chama mais atenção em Portal são os cenários. O complexo de laboratórios da Aperture Science, que é o nome da empresa fictícia criada em Portal, conta com laboratórios no estilo clean, quase totalmente brancos e bem iluminados, e você sente que está em um ambiente completamente imaculado. Os cenários são muito bonitos e bem construídos, mas isto pode causar certo impacto quando a personagem principal suja de sangue as paredes brancas do laboratório quando se machuca.
    Este estilo branco e imaculado também contribui para a construção de uma atmosfera de extrema frieza, que só pode ser quebrada pelo humor irônico que o game possui, apesar de ser, na maioria das vezes, sério e frio.
    Em alguns momentos, é possível ver no alto das paredes janelas de vidro fosco onde ficam visíveis salinhas com cadeiras, mesas e computadores. Há muito tempo, aquelas salinhas foram utilizadas pelos cientistas da Aperture Science para monitorar as cobaias que eram utilizadas nos testes. Mas agora estão vazias e você se pergunta o que aconteceu com os cientistas.
    A trilha sonora do jogo é muito semelhante à de Half-Life. São músicas simplórias, a maioria parecendo música ambiente, e você sente que poderia ter sido um pouco mais trabalhada, mas, por outro lado, não há como ser diferente disto. A trilha combina perfeitamente com o game e ele não precisa de mais do que isso. Algumas músicas são realmente influentes, como a 4000 Degrees Kalvin, que aparece no trailer e combina muito com os momentos de tensão e adrenalina do jogo, ou a famosa Still Alive, principal responsável pela fama que o jogo tem de ser irônico e que toca nos créditos finais.

    A jogabilidade é intuitiva. Assim como em Half-Life, você controla seu personagem em primeira pessoa, e a única coisa capaz de ver de si mesmo na tela é a sua mão, segurando a Arma de Portais. E a jogabilidade deste jogo é inteiramente focada no uso desta máquina de portais e na manipulação e na brincadeira com as leis da física, que é o que esta belezinha é capaz de fazer.  Utilizando esta arma, você cria portais com cliques do mouse. O botão esquerdo faz portais azuis, o direito, laranjas. Mas não dá pra fazer infinitos portais, apenas dois de cada vez. Se você já estiver com um portal azul aberto e clicar com o botão esquerdo do mouse, o portal azul irá se fechar e reabrir no local desejado. Todos os comandos são simultâneos e o jogo não perde tempo. Se você aperta um botão, o game responde na hora.
    Outra semelhança com Half-Life é a mira do jogo, que fica o tempo inteiro centralizada na tela, até mesmo antes de você possuir a Portal-Gun. No início do jogo, a mira serve apenas como ponto de referência, para você saber qual é o foco do jogo. Então se você estiver com a mira em cima de um objeto e apertar “E” no teclado (a tecla mais multifuncional no jogo) a personagem irá segurar tal objeto. Funciona do mesmo jeito que em Half-Life, a tecla “E” serve para todo tipo de coisa, desde pegar objetos até apertar botões.
    Na hora de usar a Portal-Gun, a mira tem o mesmo propósito de uma mira de arma e serve pra você saber aonde disparar os projéteis da Arma de Portais sem que saia atirando como um cego em tiroteio, ou seja, a Portal-Gun é uma arma como outra qualquer, só que possui um projétil capaz de criar portais ao invés de matar. Você não é capaz de fechar os portais. A única maneira de fazer isso é passando por uma espécie de parede de partículas transparente que destrói quaisquer objetos que você leve consigo e que existe no final de cada uma das fases, antes de você entrar no elevador que leva à próxima fase.

O famoso loop infinito

Existem infinitas possibilidades de se brincar com portais

    Mas você não é obrigado a seguir a linearidade do jogo o tempo todo, podendo usar a arma de portais para criar as brincadeiras mais malucas nas horas vagas. A mais divertida é criar um loop infinito, no qual você entra e sai dos portais utilizando a gravidade, o que faz com que a personagem na tela fique caindo pra sempre. Utilizando brincadeiras semelhantes ao loop infinito é o único jeito de conseguir ver a real identidade da protagonista. Você é uma mulher, de cabelos negros com um rabo de cavalo e olhos azuis, trajando uma roupa laranja parecida com a de funcionários de uma empresa.

A protagonista Chell

    Presos aos seus calcanhares estão uma espécie de salto que serve para amortecer a queda para a protagonista não se machucar. Este é um dos pouquíssimos games em que o protagonista não morre e nem perde vida ao cair de uma altura considerável. E, falando em perder vida, aqui está outro ponto original do jogo. Não existe barra de vida. Diferentemente de Half-Life, onde a sua vida é mostrada como uma porcentagem, aqui não há nada que diga o quanto Chell (que é o nome da protagonista) tem de vida sobrando. Chell morre quando receber certa quantidade de dano em um curto período de tempo.
    De um modo geral, a jogabilidade é praticamente perfeita, intuitiva. Ela faz você se sentir dentro do jogo e funciona otimamente bem, sem erros.
    Jogar um jogo como Portal pode dar a impressão de que, em sua essência, é apenas um jogo de quebra-cabeças que serve para resolver enigmas de forma inteligente. Nada mais. Não passa de uma série de jogos de raciocínio lógico. Se você acha isto, está extremamente enganado. Pode não parecer à primeira vista, mas o jogo possui um enredo. E este enredo existe na forma dos diálogos que o computador GLaDOS cria com o jogador e de algumas pichações misteriosas que vão aparecendo ocasionalmente nas paredes, teto e chão das salas, como algumas marcas de sangue em forma de mãos ou frases escritas no cimento, sendo a mais famosa delas “The cake is a lie!” Tal frase se tornou tão famosa entre os gamers que virou praticamente um lema do jogo e só aqueles que o jogaram sabem seu verdadeiro significado.

As misteriosas pichações


    Não parece, mas Portal não é só um jogo de lógica chato que lida com as leis da física, mas sim um game emocionante recheado de ação, adrenalina e, em alguns momentos, suspense.
    O suspense aparece em todas as pistas que o jogo deixa para o jogador fazer suas próprias deduções e perguntas, como por exemplo, o que aconteceu aos cientistas ou quem será que fez todas estas marcas e desenhos nas paredes?
    Em certos momentos do jogo você encontrará falhas na construção das salas que dão para lugares que seriam os bastidores do laboratório. Estes “bastidores” são lugares completamente diferentes das salas clean encontradas na parte principal do laboratório. São sujos e feios, com paredes descascadas e canos velhos passando pelo teto. Há várias mesas com ferramentas e outros tipos de materiais e, o que é mais assustador, sinais de que, por algum tempo, alguém viveu escondido ali.

    Pelo chão estão espalhados galões de água e latas de feijão que algum refugiado usou anteriormente para se esconder da maligna GLaDOS. Isso sem falar das pichações, que estão por todo lugar. Frases como “The cake is a lie!” ou desenhos das câmeras representadas como algo maligno com os dizeres em baixo: “She’s watching you” mostravam que a pessoa que se escondera ali havia perdido sua sanidade depois de passar por uma situação dessas. Aí vêm as perguntas “quem?”, “por quê?” e “o quê aconteceu com este sujeito?”. Bem, seja lá qual for a resposta destas perguntas, esta pessoa provavelmente já não está mais por aí. Mas ela soube utilizar os bastidores do laboratório de forma engenhosa e o jogador pode tirar proveito disso.

Criatividade é o que não falta nesse jogo

    Estas e tantas outras coisas constroem o enredo do game. Mas todo esse enredo parece, na verdade, muito simples, e é. A graça dele está na história por trás da história, porque sem ela você não entende nada. Como eu já disse antes, Portal está diretamente ligado a Half-Life. Para entender melhor: o primeiro jogo de Half Life se passava em um laboratório chamado Black Mesa. Acontece que existia um laboratório rival, chamado Aperture Science, e os dois estavam em uma espécie de corrida espacial, mas ao invés de tentar fabricar foguetes, eles estavam tentando fabricar portais. As experiências com portais na Black Mesa deram terrivelmente errado, e deu no que deu, abrindo uma porta para um mundo alienígena chamado Xen, que é a premissa de toda a série Half-Life.
    Já as da Aperture Science deram muito certo. Tão certo que, além de conseguirem criar uma máquina de portais que funcionava com perfeição, ainda conseguiram fabricar um modo compacto para ela, no formato de uma arma, o que a faz ser muito útil e prática.
    A única coisa que deu errado foi a criação de um super computador de inteligência superior avançada, chamada GLaDOS. Este super computador aparentemente se voltou contra seus criadores e matou todos os que estavam lá, sobrando apenas as cobaias, ou seja, você.
    A principal fonte de ação de adrenalina se dá pelos próprios obstáculos, que ás vezes aparecem como lagos de ácido ou poços de fogo, entre outras coisas que estarão lá para te matar. Até mesmo a bola de energia que você deve levar até o sensor através de um portal é capaz de matar Chell.
    Não menos pior do que isso, existem os Turrets, pequenos robozinhos que te metralham e falam com uma vozinha bonitinha de criança, o que contribui para o humor irônico. São o mais próximo de um NPC no jogo.

"Can I help you?"

    Há coisas legais de se fazer no jogo com um Turret, como fazer um derrubar o outro utilizando os portais ou fazê-los atirarem em si mesmos. Ao receber fogo amigo, o Turret grita, desesperadamente: “It’s me! Don’t shoot!”, o que é um dos pontos cômicos do game. Brincar com os Turrets pode parecer engraçado e divertido, mas é uma brincadeira que pode acabar com o seu dia, caso perca muito sangue.
    Outra coisa irônica é a fase em que GLaDOS “presenteia” Chell com um cubo chamado Companion Cube, que não passava de um cubo como outro qualquer, só que com um coração rosa em cada face, que servia para compensar a falta de NPCs no jogo. A maligna vilã fala que Chell deve cuidar bem do cubo e chega a dizer que o Companion Cube não é capaz de falar. Ou seja, o jogo trata o cubo como se fosse, realmente, um personagem, enquanto o jogador não está nem aí e age como se fosse uma simples ferramenta.

    No final da fase, GLaDOS pede a Chell que “mate” o cubo jogando-o em um incinerador, já que, para passar para a fase seguinte, é preciso que o pobre Companion Cube sofra eutanásia. Por ser uma das coisas mais irônicas já criadas em um game, o Companion Cube virou motivo de piadinhas humorísticas entre os gamers relacionadas a Portal.
    Como se tudo isso não bastasse, ainda temos o tão difamado bolo. Em vários momentos do jogo, a robô GLaDOS pede desculpas a Chell e diz que ao final dos testes ela ganhará um bolo de presente. Na câmara 19, a última do jogo, GLaDOS diz a Chell de que este é o último teste e que a garota finalmente ganhará o bolo. No final desta fase, Chell é levada por uma plataforma flutuante até uma parede onde há o desenho de uma fatia de bolo, representando seu prêmio. Então a plataforma vira, revelando um enorme poço em chamas e GLaDOS começa a se desculpar novamente e agradece a Chell por ter participado dos testes e que agora está na hora da cobaia ser descartada. Não havia bolo algum, era tudo uma armadilha. Só então o jogador entende o sentido das frases “The cake is a lie!” gravadas nas paredes com sangue.

O desafio final se aproxima

    Este é o momento de finalmente iniciar a fuga da experiência para sair daqueles tenebrosos laboratórios. Chell se torna capaz de fazer isso ao entrar novamente nos bastidores da Aperture Science, aproveitando as falhas do sistema para escapar da furiosa GLaDOS. A maligna robô continua a te manipular e tenta te convencer a voltar para o laboratório, o que , obviamente, não vai adiantar. Fugir da vilã é a coisa mais emocionante no jogo todo. O jogador quase se sente na pele da protagonista e o ódio profundo que ela deveria sentir por tudo o que aquele computador mentiroso fez. A fuga de Chell a levará até o confronto final com a GLaDOS, onde as duas ficarão cara a cara.

"Who's gonna make the cake when I'm gone? You?"



    Portal foi o jogo praticamente perfeito, que contou com muitos pontos altos, como os gráficos belíssimamente bem feitos, efeitos sonoros ótimos e convincentes, física realista, uma ligação clara com Half-Life, jogabilidade inovadora e um enredo irônico, envolvente e atraente, fator que foi o principal responsável pela fama merecida que o jogo tem.
    O único porém é aquilo que se tornou a reclamação de muitos jogadores, e que eu não pude deixar de concordar, que é a duração do jogo. Ele é muito curto. Ao contrário de Half-Life, que leva-se dias para zerar da primeira vez em que se joga, da primeira vez em que joguei Portal, zerei em aproximadamente três horas. Há recordes espalhados pela Internet de muitos gamers que conseguem zerar o jogo em minutos. Claro que o game não é comprometido em nada por causa deste fato. O problema é que ele não consegue saciar a sede do jogador por causa do tempo de jogo.
    Felizmente, existem muitos MODs de Portal por aí, como o Blue Portal, onde você pode controlar apenas o portal azul e encara puzzles incrivelmente mais bem elaborados do que os do jogo original e aproveita os recursos do jogo de formas inimaginavelmente geniais ao mesmo tempo em que são criados novos recursos. Ou o Portal Prelude, que chega a ser mais interessante por causa do enredo, já que o MOD se passa antes de Portal, no intuito de explicar o que aconteceu com os cientistas depois que o computador GLaDOS foi ativado no centro da Aperture Science. E estes são apenas dois MODs. Existem muito mais MODs de Portal do que você é capaz de contar, então nem tente.
    Mas o melhor de tudo é que já está sendo feita uma continuação de Portal denominada Portal 2 e que está marcada para abril de 2011. Esta continuação parece bem maior e com uma variedade incrível de novos recursos e meios de se explorar a arma de portais e a física realista por trás do game. É certeza absoluta de que vai agradar todos os fãs sedentos por puzzles (e famintos pelo bolo).
    Mas enquanto isso, teremos de nos contentar com o que temos. E não é pouca coisa.
    Depois que se termina o jogo, há outras opções de game, o que deixa o fator replay um pouco maior. Um desses modos secundários de jogo são as câmaras avançadas, onde você escolhe uma das dezenove câmaras para jogar, só que com uma dificuldade muito acima do normal. Neste modo, coisas anormais estarão presentes para dificultar a sua vida, como esferas que substituirão os cubos ou até mesmo grades ao redor dos Turrets, o que impede o jogador de derrubá-los.
    O outro modo trata-se de uma espécie de torneio que desafia o jogador a arranjar modos alternativos de resolver as câmaras, seja em um certo limite de tempo, de passos ou, até mesmo, de número de portais abertos. No final, quando se entra no elevador, o jogador pode ver sua pontuação como se fosse um pódium olímpico. Você fica em terceiro lugar se ultrapassar o limite determinado pelo jogo, em segundo se fizer exatamente no limite determinado e em primeiro se conseguir terminar a fase a baixo do limite, o que é extremamente difícil. Ficando em primeiro, você consegue o bolo.
    Portal foi o jogo mais incrível e inteligente já feito, ganhando a admiração dos gamers em todo o mundo. Inicialmente era para ser um projeto pequeno, mas acabou ficando tão famoso que não tem como a Valve não explorar mais este jogo magnífico. Com um enredo maravilhosamente sarcástico e um dos melhores e mais surpreendentes finais que eu já vi, Portal é nota 10 e merece toda a fama de melhor jogo do gênero já criado. Se não fosse por Half-Life, consideravelmente maior, ou por Zelda, combinação perfeita de lógica com ação e aventura, Portal seria, com toda a certeza, meu game preferido de todos os tempos.



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