sexta-feira, 4 de março de 2011

Death Note - Primeiro post, primeira resenha

Primeira postagem neste blog que me dará um futuro tão promissor nessa carreira de desocupado.
Começaremos, então, falando com o que eu acredito que seja o melhor mangá que eu ja tenha lido na minha vida e que dificilmente lerei um que seja tão bom quanto. Ignorando o fato de ser um mangá modinha (e eu entendo o motivo disso) Death Note é um dos mangás mais originais ja produzidos. Essa obra prima dos mangás consegue superar muitos outros com um tema dificílimo, que é o romance policial, e ainda ficar interessante do começo ao fim.
A primeira coisa que me chamou atenção foi o fato de ele ser diferente dos outros mangás, que seguem cegamente um roteiro de luta e ação, onde pode-se perceber facilmente quem é bom e quem é mau. Death Note consegue fugir disso com perfeição e criar um atmosfera intrigante onde o leitor sente a necessidade de saber o que acontece a seguir.
Mas essa leitura não é para qualquer um. Esse mangá não tem o mesmo ritmo que a maioria. Nele existem muitos diálogos e grandes balões de fala e você vai precisar ler com atenção para não se perder na história.
Tsugumi Ohba, o brilhante escritor do mangá, consegue misturar com perfeição investigação policial com alguns itens sobrenaturais e mostra-se um gênio quando descreve os planos engenhosos de Raito Yagami, o protagonista da série (que é um gênio, por sinal), para driblar a polícia japonesa e os detetives e ficar livre de suspeitas de ser Kira, um assassino mundialmente famoso que tem o poder de matar qualquer pessoa apenas tendo conhecimento de seu nome e rosto. Raito consegue esse poderes e a alcunha de Kira quando encontra um caderno e descobre que pode usá-lo para matar, e mais tarde é visitado por um Shinigami (deus da morte, em japonês) que seria o dono original do caderno e passa a seguir Raito aonde quer que ele vá. Pode parecer uma vantagem para o protagonista ter a ajuda de um deus da morte, mas o Shinigami está lá para assistir, não para ajudar, embora Raito acabe tirando vantagem dele com suas idéias brilhantes.
Ao longo do enredo, o autor parece querer fazer tudo para que você não fique entediado lendo os diálogos longos, criando uma história que dá muito certo e que faz o leitor morrer de curiosidade para saber o que acontece no volume seguinte. Os planos e idéias geniais são acompanhados de acontecimentos surpreendentes ao longo da história, que deixam o leitor intrigado e curioso, o que deixa a história mais interessante (como, por exemplo o aparecimento de um segundo Kira). É por isso que esse mangá é considerado por muitos um dos mais inteligentes de todos.
Mas o mais legal do mangá são as tentativas de fugir dos clichês japoneses, sempre surprendendo o leitor com um roteiro imprevisível. Outro lance brilhante e original do autor é fazer o leitor ter a preferência dividida entre o protagonista e seu rival, L, que é um detetive mundialmente conhecido como o melhor de todos e que tem a sua identidade real desconhecida (e que também é tão inteligente quanto Raito, o que prolonga e deixa a história ainda mais interessante). Para ficar mais interessante ainda, L tem a mesma idade de Raito - 17 anos - e começa a suspeitar dele desde o início. Obviamente ele usará toda a sua capacidade como detetive para provar que Raito é Kira.
O mangá é genial do início ao fim e faz com que o leitor fique querendo mais depois de acabar de ler. Foi feito também um anime baseado em Death Note, que é quase idêntico ao mangá, com algumas poucas diferenças banais, e que seria tão perfeito quanto ele se não fosse pelo final, que é completamente diferente do final do mangá e acaba estragando tudo. Mas o anime é muito fiel ao mangá. Se você começar a assistir do meio, desista de tentar entender a história, pois vai perder a graça e você ficará boiando.
Também foi feito um filme live action de Death Note, mas a tentativa de levar os personagens do mangá e do anime para a realidade foi um fracasso. Algumas cenas do filme são idênticas ao anime, mas a maioria delas foram inventadas em uma tentativa ridícula de resumir a história em um roteiro malfeito. Obviamente, o final do filme também é diferente tanto do anime quanto do mangá.
Recentemente descobriu-se que já está sendo feito um remake americano do filme japonês Death Note. Eu tive esperanças de que fosse mais bem feito do que a versão original, mas estou começando a achar que a história original vai ser transformada em algo Hollywoodiano e clichê, o que seria uma heresia.

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