Muito tinha se especulado em relação à série animada de
Shingeki no Kyojin desde que fora anunciada vários meses atrás e seus trailers
tornaram-se febre na internet. A animação impressionava pela qualidade e,
apesar das cenas escassas, a fidelidade à obra original já estava garantida.
Eu, que já era um grande fã da série há dois anos desde que li o mangá, não
podia estar mais empolgado. O hype era muito grande entre aqueles que leram o
mangá e, aos poucos, também foi ficando grande entre os que não leram nem nunca
haviam ouvido falar da obra. Mas será que a série conseguiu alcançar todos os
objetivos que haviam sido prometidos? Valeu a pena esperar? Eu me considero um
grande fã de SnK, e essa é a minha impressão sobre o animê até agora.
Antes de
falar de mim, entre a comunidade fanática por animês o desenho foi um estouro.
Quem não conhecia a série antes virou fã quase instantaneamente (assim como
havia ocorrido com o mangá antes). Os leitores do mangá também ficaram
indiscutivelmente satisfeitos de um modo geral. O primeiro episódio teve uma
repercussão tão absurda que na mesma semana não havia sequer um site sobre
animês que não estivesse falando sobre Shingeki. Até agora os fóruns estão
entupidos de discussões e debates e o numero de fãs aumentou
significativamente. O Youtube explodiu com vídeos em homenagem à obra, AMVs e
paródias da abertura. Sites como o DeviantArt se encheram de FanArts e fotos de
cosplayers vestindo capas com o brasão da Scouting Legion e réplicas das
espadas e do 3D Maneuver Gear usado na história.
Shingeki no
Kyojin mal teve sua estreia no mundo das animações japonesas e é essa a
impressão que ele deixou no público. E, é claro, como fã assumido que sou do
mangá, devo dizer que esta foi a mesma impressão que caiu sobre mim. O que eles
fizeram com o primeiro episódio foi refletido no resto dos episódios com
competência absoluta. O roteiro, que é e sempre será a minha maior preocupação,
ficou muito bem adaptado para o formato de série; a animação, que me deixou
preocupado desde que assisti aquele filme horroroso do Berserk, é de qualidade
e usa pouco CG, imitando os traços do autor com fidelidade quase absoluta; e a
atmosfera, a essência do mangá, que para mim é o fator mais importante em uma
adaptação, foi preservada o máximo em que isso é possível de se fazer em uma
adaptação em animê sem deixar de incluir fatores básicos que compõem toda e
qualquer série animada de respeito. É desse nível que eu tô falando.
Mas antes de
começar a explicar a fundo todos os pontos em que essa produção me agradou
tanto, vou contar, mais uma vez, a história de SnK. O mangá acompanha três
crianças, Eren Jaegger, Mikasa Ackerman e Armin Arlert, e se passa em um mundo
antigo, bem mais do que o nosso, como se fosse uma Terra alternativa, mas com
uma civilização humana bem mais rústica. Não chega a ser um mundo medieval, mas
possui algumas características que o definiriam como tal, só que com uma
tecnologia que chega a ser steampunk até certo nível. Na história desse mundo,
no ano de 750 a humanidade foi quase que completamente exterminada por uma raça
de gigantes (que são chamados de titãs) que surgiram de repente sem nenhuma
explicação ou aviso prévio. Os sobreviventes desse ataque se juntaram em uma
cidade enorme protegida por muralhas de 50 metros. Os titãs, medindo no máximo
uns 15 metros, são incapazes de derrubá-la.
Desse jeito, a humanidade conseguiu
sobreviver durante quase cem anos, até que, no ano 845, surge um titã ainda
mais alto do que a muralha, abre um enorme buraco nela e some sem deixar
vestígios. Os titãs normais passam pelo buraco e iniciam uma nova era de
destruição para a raça humana. Cinco anos depois, em 850, vemos os três
protagonistas já alistados no exército e bem mais velhos, cada um com um
objetivo diferente. Armin pretende ser de alguma utilidade para a humanidade.
Eren pretende exterminar todos os titãs, responsáveis pela morte de sua mãe, e
explorar o mundo exterior. Mikasa quer proteger seu meio-irmão Eren, única
família que lhe falta. E é aí que o titã colossal de 60 metros reaparece para
abrir um novo buraco na muralha e começar tudo de novo. São basicamente estes
acontecimentos que o animê narra até o quinto episódio.
Pra começar,
não seria nem um pouco fácil adaptar o roteiro do mangá para um formato em
animação, pois o autor gosta de ir e voltar no tempo para mostrar
acontecimentos passados dos personagens que terão algum reflexo no presente. E
ele faz isso praticamente o tempo todo. Para lidar com isso, o diretor optou
por fazer algo mais linear, seguindo a ordem cronológica dos flashbacks, e não
a ordem completamente aleatória do mangá, cuja linearidade quase inexiste. Os
leitores do mangá vão perceber alguns pequenos detalhes que foram cortados do
enredo para deixar o roteiro mais enxuto, e eu admito que isso me incomoda, mas
de uma maneira geral a adaptação segue o original com muito respeito e
fidelidade. Eles chegaram até a colocar algumas ilustrações do mangá nos
créditos de abertura, como se estivessem anunciando de que esta será uma
adaptação fiel. Mesmo não estando perfeito, eu posso afirmar com total
facilidade que, dentro de cada cena isolada, o roteiro do animê segue, sim, o
do mangá com muita fidelidade, mesmo não sendo nada absurdamente idêntico.
Portanto, se você interessou, leu e gostou do mangá, não se preocupe que eu não
vi ninguém se decepcionar até agora. E se você nunca leu, vai gostar também,
pois não se trata de uma história qualquer. É Shingeki no Kyojin.
A animação é
outro detalhe que não decepciona. Mesmo com aquele trailer bonito e bem feito,
tive medo de que a sua qualidade fosse decair com o tempo, algo que,
felizmente, não aconteceu até agora. E nem dá sinais de que vá acontecer algum
dia. A movimentação dos personagens, as cenas de luta, os titãs se locomovendo,
coisas explodindo e desmoronando, eu não poderia esperar menos de um animê
baseado em Shingeki. Durante as minhas leituras do mangá, era difícil imaginar
os personagens usando os complexos equipamentos de movimentação tridimensional.
Bem, o animê acabou com essa preocupação. Não só os cabos do 3D Maneuver Gear
são ágeis, o design do equipamento respeita a ideia original (apenas
substituindo o galão de gás por dois estranhos discos com um tubo no meio, mas
pelo que eu vi essa mudança foi ideia do próprio autor) e também possuem um
efeito para a fumaça que é muito bem feito, sendo ora transparente, ora opaca.
O trabalho da Wit Studios é
competente, mas mesmo assim não impediu a presença de algumas cenas estáticas
que substituem cenas de ação muito trabalhosas em alguns momentos, o que é meio
decepcionante, mas como a qualidade alcança um nível satisfatório nos momentos
mais importantes, dá para perdoar. O temido CG, que costuma estragar os animês
quase sempre, dando à produção um ar preguiçoso, também está presente, mas
dessa vez ele ganha uma participação positiva. É usado muito raramente, ás
vezes apenas para compor o cenário ou em pequenos detalhes e você quase não
percebe que ele está lá. Para ter uma noção, a maioria dos titãs foi feita com
a ajuda do efeito em CG, mas a animação é tão bem feita que disfarça isso
perfeitamente. Acho que a minha única reclamação de verdade seria a mesma em
muitos outros animês que foram fiéis aos seus mangás, mas que possuíam um
visual muito escuro em algumas cenas, o que acaba matando um pouco a atmosfera
e o impacto que o mangá queria transmitir, já que a animação apela para aquele
visual clichê de luz crepuscular ou ambientes de pouca iluminação.
E aqueles que estavam preocupados com
a censura de cenas fortes podem respirar calmos agora. Shingeki no Kyojin é
muito mais violento e ousado do que qualquer shounen que eu já tenha visto. É
claro, o animê não mostra tudo de maneira assim tão explícita quanto o mangá, o
que é muito provavelmente um reflexo do tabu ridículo ainda existente em torno
de qualquer obra de ficção que contenha sangue demais. Shingeki no Kyojin nem
chega a ser considerado um dos animês mais violentos já feitos nem nada do
tipo. O negoço é que ele age exatamente como os mangás mais maduros em relação
à morte de seus personagens: com muito niilismo e frieza, quase como se fosse
algo normal ou sem importância, o que pode chocar um público mais conservador
que não assiste nem entende obras do estilo de SnK. Mas o que importa é que a
violência está lá de qualquer jeito e a censura parece não ter mostrado nenhum
interesse em esconder um pouco de sangue e membros sendo decepados, algo que
deverá ser tão comum no animê quanto foi no mangá.
Mas e a
essência e a atmosfera da história, os fatores que considero de maior
importância em adaptações? Foram preservados? Foram, mas só até certo ponto. Eu
compreendo isso perfeitamente, pois Shingeki no Kyojin é uma obra diferente do
comum, tão diferente que poderia gerar estranheza na maior parte do publico.
Aqueles que leram o mangá se propuseram a fazê-lo por conta própria para
conseguir aproveitar o grosso da história e tirar todas as características
positivas que ela conseguir oferecer. Mas com o animê é diferente. Quem assiste
não necessariamente estará disposto a passar pela extensa jornada
emocionalmente pesada que define a essência do mangá e nem toda a sua linha
narrativa original que foge do óbvio e de tudo aquilo que já foi
incansavelmente repensado e repetido em outros animês. É por isso que foi
importante adaptá-lo para algo que soa um pouco mais comum e pode ser mais
facilmente digerido pela grande massa do publico, pois do contrário não teria
atraído tanta gente.
Então
significa que mudaram completamente a essência do mangá e o transformaram em
algo clichê? Não, longe disso. A essência foi preservada o bastante para que
você não consiga separar as duas versões como coisas diferentes. É a mesma
história, a mesma atmosfera e o mesmo conceito, e nisso eu acho que eles foram
muito, mas muito competentes em captar. Mas como o animê não é impecável,
algumas cenas deixaram a desejar nesse sentido. São as cenas mais leves e
brilhantes, que se passam em momentos de descontração ou de desenvolvimento de
personagens. Acho que nessas curtas partes eles deixaram o animê um pouco
“alegrinho” demais. Mas é só a ação começar que tudo fica sombrio e obscuro.
Nestas cenas, o clima é completamente perfeito. A animação fica mais violenta,
mais brutal, e passa a ser um quadrinho a cores com movimento e trilha sonora.
E são nestas partes que eu acho que eles mais acertaram, pois a essência do
mangá fica concentrada todinha aí.
Outro ponto
que me agradou muito foi a caracterização dos personagens. Estão perfeitos.
Exceto por algumas ressalvas, mas no final não é nada que altere o enredo em
muita coisa. A Mikasa, por exemplo, ficou séria demais. No mangá ela faz o
papel de garota fria e serena, mas no animê eles parecem ter levado isso ao pé
da letra e a transformaram em um robô quase inexpressivo. Só porque ela mantem
a calma com facilidade não significa que ela também não saiba mostrar algumas
expressões.
O design dos
personagens ficou muito bom de um modo geral, mas não perfeito. Eu senti que
Annie e Ymir ficaram um pouco diferentes fisicamente de suas versões originais.
Reyner tem um olhar duro e carrancudo demais. Ele tem sobrancelhas arqueadas no
mangá, é verdade, mas acontece que eles acabaram exagerando e o deixaram com
cara de mau o tempo todo. Sasha também está fisicamente diferente, por alguma
razão. Mas personagens como Connie, Jean e Crista ficaram perfeitos, sem tirar nem
pôr.
Já os
protagonistas, bem, Mikasa não está tão bonita quanto era no mangá, mas dá pra
ver que é ela. Armin ficou quase idêntico, assim como Eren. Eu só estranhei um
pouco a cor verde-petróleo nos olhos dele. Fui ver as ilustrações coloridas do
mangá depois e descobri que Eren na verdade tem olhos cinza. Talvez tenham
mudado isso pela vontade de transformar a obra em algo mais colorido e vivo,
sei lá, mas o fato é que por alguma razão eu sempre imaginei que os olhos de
Eren fossem amarelos (provavelmente por influência de algumas fanarts). Acho
que combinaria mais com ele, contribuindo ainda para o conceito do seu
personagem, simbolizando o fogo nos seus olhos, o que eu também acho que
combinaria muito com o clima do mangá.
Depois de
tudo isso, a conclusão a que posso chegar é que, se continuar nesse nível e
seguir a história original com muita fidelidade e respeito, Shingeki no Kyojin
tem um grande potencial para ser uma das melhores adaptações de mangás já
feitas.
Contudo, eu
sou simplesmente incapaz de escrever um post sobre e não analisar os episódios
um por um...
- Episódio 1
O primeiro episódio começa exatamente como o primeiro capítulo e o segue
com perfeição quase total. Na verdade, chega a pegar um pouco do segundo
capítulo também. O que mais me impressionou foi a animação de alta qualidade e
a fidelidade com que o roteiro seguiu o mangá. Algumas cenas chegaram a ter até
os mesmos ângulos de visão que o mangá tinha. Vi algumas pessoas reclamando da
dublagem de Eren, mas no final acabei não ficando muito incomodado com isso
(provavelmente porque era em japonês). O que realmente me incomodou é que a
Mikasa não é tão parecida com o seu equivalente do mangá quanto Eren ou Armin,
mas no geral a caracterização dos personagens está mais que excelente.
Outra coisa
que me incomodou, apesar de ser problema menor, foi a iluminação crepuscular de
pôr do sol que acompanha o episódio praticamente inteiro e acaba um pouco com o
clima do mangá e torna o visual do animê mais clichê. Mas como já dava pra ver,
pelo trailer, que nem todas as cenas seriam assim no decorrer da série, também
não me preocupei muito. Além do mais, os momentos de tensão e horror quando os
titãs aparecem ficaram perfeitos, especialmente na parte da primeira aparição
do titã colossal. A atmosfera sombria, o clima de perdição e desespero, a
sensação de pânico e desesperança dos humanos diante da ameaça titânica, está
tudo lá. O único detalhe que achei esquisito foi a forma como o titã colossal
surge: através de um raio. Isso não condiz com o mangá e ainda pode dar a ideia
equivocada a algumas pessoas de que os titãs são criaturas que vieram do céu,
como deuses ou algo do tipo. Como aqueles que leram o mangá sabem, não é bem
assim...
- Episódio 2
O segundo episódio foi mais um grande filler
do que qualquer outra coisa. A maior parte das cenas foi inventada apenas para
dar um pouco mais de miolo e fazer uma ligação com os acontecimentos do próximo.
Mas como se trata de uma série, e não de um filme, e temos aí pelo menos 25
capítulos já confirmados só para a primeira temporada, não dá para se importar
com cenas de encher linguiça, ainda mais quando estas mesmas cenas contribuem
para o desenvolvimento dos personagens. Os caras tem tempo de sobra para
adaptar uma boa quantidade de material, então não é como se eles tivessem de se
preocupar com o relógio. Além do mais, mesmo com cenas inventadas, este
episódio trouxe muitos conceitos, ideias e diálogos do mangá, como a parte que
mostra o descaso da Military Police em relação às suas obrigações (o que foi
uma prévia das corrupções que serão exploradas mais tarde) e os protagonistas
discutindo sobre para qual divisão do exército iriam seguir, o que influenciará
no destino de cada um. A única parte que me desagradou foi o flashback de Eren
que mostra seu pai injetando um liquido estranho em seu braço, pois a cena
ficou muito confusa.
Além disso tudo, também é aqui que
aparecem pela primeira vez personagens de peso, como a Annie. Mas para mim, o
episódio valeu mesmo foi pela cena em que o titã encouraçado destrói a muralha
de Maria. Foi o único caso de que me recordo onde uma cena de animê muda quase
completamente a do mangá e consegue ficar ainda melhor. Antes, eu estava muito
temeroso com relação a uma determinada... Coisa... Que vai acontecer no futuro.
Mas depois desta cena, perdi completamente o medo e coloquei toda a minha
confiança na Wit Studios de que eles farão o grande acontecimento do sexto episódio
ficar perfeito.
- Episódio 3
O terceiro episódio pegou alguns acontecimentos de capítulos futuros, que
ocorreriam em flashbacks, e os amontoaram em ordem cronológica. Este aqui
basicamente se resume ao treinamento dos personagens para se alistarem ao
exército e à apresentação de outros importantes que farão parte do círculo de
protagonistas. Apesar da ordem das cenas não ser a mesma, posso afirmar que
ficou, minimamente, igual. Temos o conflito entre Eren e Jean, um pouco de comic
relief com Sasha e a parte em que Eren tenta desesperadamente ser aprovado nos
testes com 3D Maneuver Gear, que seriam um passo certo em direção à Scouting
Legion, que é a divisão para qual ele deseja entrar. A única coisa que ficou
esquisita foi uma cena inexistente no mangá em que Reiner e Bertholdt levam
Eren e Armin até um lago sem nenhum motivo aparente. Até agora estou tentando
entender qual foi o motivo daquilo.
- Episódio 4
É nesse episódio que o animê tem o seu verdadeiro início. Aqui tudo
começa calmo e “alegrinho” demais, como no anterior. Cadê o clima depressivo e
assustador do mangá? Porém, eu fiquei surpreendentemente feliz quando descobri
que havia subestimado a Wit Studios, pois só a ação começar que todos os
elementos essenciais do mangá vieram à tona. A cena em que o titã colossal
reaparece para tentar derrubar a muralha em Trost é perfeita. A animação ficou
sombria e o clima quase brutal. Com um final em aberto, este foi na verdade o
verdadeiro começo de Shingeki no Kyojin.
- Episódio 5
Aproveitando o final em aberto do episódio anterior, este aqui já começa
no meio da ação. E continua assim até o final. Finalmente temos a chance de ver
o verdadeiro potencial da animação, com cenas do equipamento de movimentação
tridimensional sendo usado em ambientes bem abertos e nossos personagens lutando
contra os titãs. Shingeki no Kyojin acaba de começar.
Pela primeira vez vemos o Corporal
Rivaille, que não chega a dizer uma única palavra (típico dele) e fisicamente,
para mim, ficou perfeito em todos os aspectos. Mas mais uma vez a grande sensação
do episódio foi como ele termina – em aberto, marca registrada do mangá. O final
guarda a primeira grande surpresa que vai começar a mudar tudo o que sabemos
sobre a série até agora. Este evento inesperado desagradou muita gente, mas
acalmem-se e confiem na sabedoria do mestre Isayama. É a partir do próximo episódio
em que as surpresas vão ficando cada vez mais sinistras (e graças à cena do
titã encouraçado, tenho certeza de que será perfeito). Portanto, esperem pelo próximo
sábado e vejam a série sofrer uma turbinada esmagadora.